Livros teoricos para se aprofundar no estudo da Antropologia

 



  Durante o mes de Abril (2022) a disciplina que eu tive na minha faculdade de bacharelado de historia foi sobre ensaios de antropologia, apesar de ter fugido um pouco do que eu estava imaginando pelo titulo ser ensaios os conteudos que tive durante as 6 unidades foram extremamente engrandecedores e bem diferentes do que eu tinha estudado até o momento.


  O professor sempre disponibiliza inicialmente uma lista com as referencias bibliograficas de base e complementares que foram bem uteis no processo, mas ao final de cada unidade temos contato e sugestoes de demais livros que me deixaram bastante curiosa e confesso que ainda mais entusiasmada. 


 Conversando sobre esses livros com algumas pessoas no Instagram me sugeriram que por que não compartilhar essas indicaçoes feitas durante as minhas aulas atraves de um post aqui no blog que ficaria aqui certinho todos os livros indicados, uma pequena sinopse dele e poderia até servir de um guia de livros teoricos para quem vier a estudar sobre Antropologia.


 Espero que voce que esteja vendo esse post seja pelo ambito academico, de pesquisa ou por curiosidade goste da listagem feita e caso queira compartilhar mais sugestoes para colocar nessa lista ficarei muito feliz!






As ciências humanas são mais do que um saber: elas são uma prática, são instituições.
Michel Foucault, ao analisar a gênese e a filosofia das ciências, mostra como é recente o aparecimento do “homem” na história do nosso saber. Estuda a mudança interior de nossa cultura, do século XVIII ao século XIX, através da gramática geral, que se tornou filologia, da análise das riquezas, que se tornou economia política, e da história natural, que se tornou biologia. Nós o acompanhamos num subsolo onde ele, como arqueólogo do pensamento, nos mostra aquilo que faz com que as ciências humanas, hoje, se tornem possíveis.



A sociologia não deve tomar partido entre as grandes hipóteses que dividem os metafísicos. E menos ainda afirmar mais a liberdade do que o determinismo. Tudo que ela pede que lhe concedam é que o princípio de causalidade se aplique aos fenômenos sociais. Além disso, esse princípio é por ela apresentado não como uma necessidade racional, mas somente como um postulado empírico, produto de uma indução legítima. Uma vez que a lei da causalidade foi verificada nos outros reinos da natureza e que, progressivamente, ela estendeu seu domínio do mundo físico-químico ao mundo biológico, e deste ao mundo psicológico, reservamo-nos o direito de admitir que ela seja igualmente verdadeira para o mundo social; e é possível acrescentar hoje que as pesquisas empreendidas com base nesse postulado tendem a confirmá-lo. Mas a questão de saber se a natureza do vínculo causal exclui toda contingência nem por isso está resolvida.


"O livro mais acessível e humano de Darwin, repleto de belíssimas descrições, teorias provocativas e ilustrações notáveis." - Oliver Sacks, autor de Tempo de despertar Em 1859, ao publicar A origem das espécies, Charles Darwin trazia ao mundo sua arrojada teoria da evolução pela seleção natural. Preocupado com a aceitação que teriam suas teses anticriacionistas, publicou nos anos seguintes livros fundamentais para sustentar a teoria que lançara, entre eles, A expressão das emoções no homem e nos animais. Nesta obra, lançada originalmente em 1872, Darwin demonstra que os animais também sentem raiva, medo, ciúme, manifestados por meio das expressões - que ele examina e explica do ponto de vista de sua funcionalidade no processo de adaptação do indivíduo ao meio: a cobra cascavel, por exemplo, faz do som de seu guizo um sinal para espantar predadores. Mas é ao falar das complexas emoções e expressões do homem que Darwin vai mais longe. Ele defende que algumas de nossas expressões são resquícios herdados de antepassados primitivos, comuns ao homem e a outros animais. Mais: Darwin sustenta que muitas de nossas expressões são inatas e não aprendidas, já que se repetem em homens das mais variadas culturas. É nesse ponto que o livro ultrapassa em muito o projeto inicial de sustentar a teoria da evolução e inaugura o estudo dos aspectos biológicos do comportamento, uma das vertentes das neurociências. O tema não poderia ser mais atual, e o rigor empiricista de Darwin, assim como sua aguçada percepção emocional, servem de inspiração a todos os que se interessam por compreender as emoções.




Essa coletânea reúne três textos clássicos da antropologia, escritos pelos principais representantes da corrente evolucionista que prevaleceu nos primeiros anos da disciplina. Lewis Henry Morgan (1818-1881), Edward Burnett Tylor (1832-1917) e James George Frazer (1854-1941) representam a tradição antropológica contra a qual lutaram autores como Franz Boas, em defesa do relativismo cultural. Assim, esse livro pode ser lido em diálogo com outro da mesma coleção: Antropologia cultural, que reúne textos de Boas também selecionados e apresentados por Celso Castro. A valiosa iniciativa de reunir textos emblemáticos da corrente evolucionista na antropologia supre uma lacuna do campo das ciências sociais no Brasil: o acesso a textos fundadores como os reunidos nesse volume costuma ser difícil, feito através de recortes em manuais ou mediado por interpretações de estudos posteriores. Os textos originais dão aos leitores a possibilidade de conhecer ideias polêmicas, que tendem a ser empobrecidas e simplificadas na divulgação da história da antropologia, muitas vezes reduzidas a uma visão etnocêntrica utilizada para justificar pretensas superioridades culturais ou até raciais. “Estou convencido de que a publicação de Evolucionismo cultural será de grande utilidade e fonte de prazer intelectual, não só para profissionais como para todos interessados na análise antropológica da condição humana. As questões levantadas têm relevância para diversas áreas de conhecimento como a história, a geografia, a sociologia e a psicologia, entre outras.” Gilberto Velho


Clifford Geertz é um dos mais originais e estimulantes antropólogos de sua geração e o mais destacado proponente do movimento intelectual para revigorar o estudo da cultura como sistema simbólico.A Interpretação das Culturas – em reimpressão atual, com o novo acordo ortográfico – garantiu para o seu autor o Sorokin Prize da American Sociological Association em 1974. O livro consubstancia as concepções geertzianas sobre o que é cultura, o papel que desempenha na vida social e como deve ser adequadamente estudada, em uma tentativa de esclarecimento sistemático do próprio conceito cultural em suas relações com o comportamento real de indivíduos e grupos.A linha de pensamento geertzianodenuncia uma vigorosa coerência e um esforço para transmitir sistematicamente ao leitor ideias originais que colocam A Interpretação das Culturas na linha dos grandes livros de Antropologia Cultural do século passado. Edição atualizada segundo o novo acordo ortográfico.





A cultura - ensina Bauman - é um inimigo natural da alienação, um audacioso movimento humano para se libertar da necessidade e conquistar a liberdade de criação. Nesse livro, o sociólogo faz uma revisão crítica do conceito de cultura nas ciências sociais, percorrendo um longo caminho, que vai dos gregos antigos até o pós-estruturalismo. Em cada um dos três ensaios, examina as principais correntes de pensamento que estudaram o significado da cultura na sociedade. Assim, desfaz muito da confusão produzida pela tentativa de integrar o processo cultural no interior do discurso científico e apresenta uma proposta inovadora: alinhar os fenômenos e manifestações culturais no campo da práxis - a atividade livre, universal, criativa e autocriativa pela qual os homens transformam o mundo em que vivem. Um livro que reflete Bauman no que ele tem de melhor em termos de profundidade, sutileza e perspicácia.

Em A origem da família, da propriedade privada e do Estado,  livro-referência para a compreensão da estrutura da sociedade - desde o estado selvagem, a barbárie até a chegada da civilização -, Friedrich Engels (1820-1895) interpreta as investigações de Lewis Morgan (Estados Unidos, 1877) e enriquece os detalhados estudos de Karl Marx sobre a análise materialista da história.

Atemporal para muitas gerações, A origem da família, da propriedade privada e do Estado é uma obra fundamental para entender a concepção do materialismo, a filosofia marxista, a institucionalização da família e o aparecimento do Estado Capitalista Moderno.




Nas palavras do romancista Milton Hatoum, Orientalismo é "um ensaio erudito sobre um tema fascinante": como uma civilização fabrica ficções para entender as diversas culturas a seu redor. Para entender e para dominar. Neste livro de 1978, um clássico dos estudos culturais, Edward W. Said mostra que o "Oriente" não é um nome geográfico entre outros, mas uma invenção cultural e política do "Ocidente" que reúne as várias civilizações a leste da Europa sob o mesmo signo do exotismo e da inferioridade. Recorrendo a fontes e textos diversos - descrições de viagens, tratados filológicos, poemas e peças, teses e gramáticas -, Said mostra os vínculos estreitos que uniram a construção dos impérios e a acumulação de um fantástico e problemático acervo de saberes e certezas européias. A investigação da origem e dos caminhos do Orientalismo como disciplina acadêmica, gosto literário e mentalidade dominadora, vai e volta do século XVIII aos dias de hoje, das traduções das Mil e uma noites à construção do canal de Suez, das viagens de Flaubert e "Lawrence da Arábia" às aventuras guerreiras de Napoleão no Egito ou dos Estados Unidos no golfo Pérsico. Um livro fascinante e indispensável.

“O homem nasceu livre, e em toda parte vive acorrentado. O que se crê amo dos outros não deixa de ser mais escravo que eles. Como essa mudança se deu? Não sei. O que a pôde tornar legítima?” Este é o famoso enunciado que abre Do contrato social, tratado político escrito pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau e publicado pela primeira vez em 1762. Polêmico e controverso, o livro suscitou um debate que dura até os dias de hoje e que atravessa muitos campos do conhecimento humano. Rejeitando a ideia de que qualquer um tem o direito natural de exercer autoridade sobre o outro, Rousseau defende um pacto, o “contrato social”, que deveria vigorar entre todos os cidadãos de um Estado e que serviria de fonte para o poder soberano. Aos olhos de Rousseau, é a sociedade que degenera o homem, ele próprio um animal com pendor para o bem. Extraído de uma obra maior, “iniciada outrora sem ter consultado minhas forças e abandonada faz tempo”, este é um livro que trata de questões ligadas à política e à lei, à liberdade e à justiça. A sociedade imaginada por Rousseau foi considerada por muitos um modelo de totalitarismo, e para outros foi uma poderosa declaração de princípios democráticos. Esta edição inclui prefácio do cientista político Maurice Cranston, em que ele examina as ideias políticas e históricas que influenciaram Rousseau.


A humanidade está em uma encruzilhada. Defrontamos a desigualdade crescente, a escalada da violência política, fundamentalismos beligerantes e uma crise ambiental de proporções planetárias. Como podemos construir, para as futuras gerações, um mundo onde haja lugar para todos? Em tal mundo, quais são as possibilidades de vida humana coletiva? Essas são questões urgentes e nenhuma disciplina está melhor situada para enfrentá-las do que a Antropologia. Ela o faz apoiando-se na sabedoria e na experiência dos povos de todo o mundo, não importa sua origem e sua vocação. Neste livro passional, Tim Ingold narra como um campo de estudo, antes comprometido com os ideais do progresso, colapsou em meio às ruínas da guerra e do colonialismo para renascer como uma disciplina da esperança, destinada a assumir o protagonismo no debate das questões intelectuais, éticas e políticas mais urgentes do nosso tempo. Ele demonstra para que a antropologia nos serve, a todos nós.





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